Discutir a interdisciplinaridade na
Educação Integral é debater sobre as condições em que estamos
fazendo educação na atualidade. O esvaziamento político das
discussões na educação enfraquecem o poder das ações no interior
da escola. Este enfraquecimento ocorre devido à pobreza de tempos e
espaços para discussão das causas dos problemas que interferem no
cotidiano escolar (normalmente se destina maior tempo para discussão
das consequências) e da fragilidade da formação dos profissionais
responsáveis pelo desenvolvimento das ações pedagógicas. As
decisões a serem tomadas no interior das escolas públicas demoram
para ser efetivadas pela burocracia e o jogo de interesses políticos
que envolvem tais decisões. A contratação de profissionais da
educação, em geral, se dá de forma tardia, sendo que boa parte das
escolas iniciam o ano letivo com pouco mais da metade dos quadro de
professores necessários e os alunos ficam sem aulas durante meses,
desperdiçando suas habilidades e capacidades. Os tempos para
planejamento muitas vezes existem, mas os espaços da escola ainda
são precários e não oferecem os subsídios necessários para a
construção de um projeto coletivo.
Muitas redes de ensino
já garantem um tempo e infraestrutura para planejamento conjunto e
são avaliadas positivamente pela comunidade escolar, os frutos
também são observados na satisfação das crianças e adolescentes
em aprender algo novo. Esta realidade nos mostra que repensar a
educação na busca do resgate do prazer de estar na escola e
estudar, passa por uma reformulação no planejamento, nas
metodologias e no entrosamento das áreas para subsidiar as crianças
e adolescentes na busca de alternativas viáveis para a solução dos
seus problemas cotidianos. A Educação Integral, muito mais do que a
Educação Parcial precisa utilizar a interdisciplinaridade como
conceito permeador de toda a prática pedagógica a fim de construir
de fato o significado da aprendizagem.

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