quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Interdisciplinaridade na Educação Integral

Discutir a interdisciplinaridade na Educação Integral é debater sobre as condições em que estamos fazendo educação na atualidade. O esvaziamento político das discussões na educação enfraquecem o poder das ações no interior da escola. Este enfraquecimento ocorre devido à pobreza de tempos e espaços para discussão das causas dos problemas que interferem no cotidiano escolar (normalmente se destina maior tempo para discussão das consequências) e da fragilidade da formação dos profissionais responsáveis pelo desenvolvimento das ações pedagógicas. As decisões a serem tomadas no interior das escolas públicas demoram para ser efetivadas pela burocracia e o jogo de interesses políticos que envolvem tais decisões. A contratação de profissionais da educação, em geral, se dá de forma tardia, sendo que boa parte das escolas iniciam o ano letivo com pouco mais da metade dos quadro de professores necessários e os alunos ficam sem aulas durante meses, desperdiçando suas habilidades e capacidades. Os tempos para planejamento muitas vezes existem, mas os espaços da escola ainda são precários e não oferecem os subsídios necessários para a construção de um projeto coletivo. 
Muitas redes de ensino já garantem um tempo e infraestrutura para planejamento conjunto e são avaliadas positivamente pela comunidade escolar, os frutos também são observados na satisfação das crianças e adolescentes em aprender algo novo. Esta realidade nos mostra que repensar a educação na busca do resgate do prazer de estar na escola e estudar, passa por uma reformulação no planejamento, nas metodologias e no entrosamento das áreas para subsidiar as crianças e adolescentes na busca de alternativas viáveis para a solução dos seus problemas cotidianos. A Educação Integral, muito mais do que a Educação Parcial precisa utilizar a interdisciplinaridade como conceito permeador de toda a prática pedagógica a fim de construir de fato o significado da aprendizagem.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

CURRÍCULO E CULTURA

Currículo conforme LOPES e MACEDO (2011) pode ser entendido por alguns como aquilo que vale a pena ensinar. O próprio momento de planeamento exige que determinados assuntos e atividades sejam selecionadas para o trabalho pedagógico em detrimento de outros. No entanto, definir o que é mais relevante é muito complexo. É importante o educador trabalhar baseado nos pressupostos do PPP de sua Unidade Educativa e, ao mesmo tempo procurar incentivar a construção de um documento baseado nos saberes culturais de toda comunidade escolar, um currículo escrito à muitas mãos. Outro aspecto importante é a escuta do educador aos anseios da sua classe. Estar atento ao seu grupo, procurar respeitar os diferentes pontos de vista presentes no espaço educativo, mas ao mesmo tempo, propiciar o desenvolvimento de novos olhares, da construção de novas perspectivas para contribuir na resolução dos problemas. O currículo é um documento político à serviço dos anseios do ser humano e para o desenvolvimento da sociedade. Sendo a escola um ambiente também político, de multiplicidade cultural, já que é nela que se aglomeram diariamente crianças, adolescentes e adultos vindos dos mais variados meios sociais e culturais e são influenciados sobremaneira por todos os assuntos e conteúdos tratados na escola, nada mais justo que estes mesmos agentes estejam contemplados, respeitadas a sua diversidade e a pluralidade cultural. Contudo é perceptível que o currículo por ser um instrumento de controle social, exerce força para homogeneizar as culturas em favor dos valores culturais hegemônicos, sem considerar, neste sentido, toda a pluralidade sob pena de tornar o currículo um documento libertador e voltado à constituição plena do ser humano. Contudo, nós educadores do presente e do futuro precisamos promover cada vez mais momentos de discussão sobre o que e como os conteúdos são trabalhados na escola para que mais e mais pessoas se sintam encorajadas a questionar, pensar sobre novas alternativas para novos e velhos problemas, propor e assumir espaços de protagonismo. O currículo e o professor (importante agente curricular) devem considerar como central na ação pedagógica as culturas e o protagonismo humano a partir destas culturas. 
Bibliografia utilizada: LOPES, Alice Casimiro. Macedo, Elisabeth. TEORIAS DE CURRÍCULO. São Paulo: Cortez, 2011. (Anotações e discussões feitas durante as aulas)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O currículo oculto, ou nem tanto...

"A partir de múltiplas práticas cotidianas e banais, a partir de gestos e expressões pouco perceptíveis, pelo silêncio, pelo ocultamento e pela fala, constroem-se, no espaço propriamente escolar, lugares e destinos sociais, produzem-se identidades de gênero e sexuais , identidades de classe e de etnia, marcadas pela diferenciação e pela hierarquia." (LOURO, 1999, p. 91)
Frases corriqueiras nas escolas que reproduzem o currículo opressor hegemônico: 
"Isso não é coisa de menina!" 
"Você precisa agir como mocinha!" 
"Vai reclamar agora, seu chorão?" 
"Você é retardado, menino?"
"Você é muito gordinho, fica no gol!" 
"Hei menina! Amanhã você vem com um short mais compridinho porque, com esse, se os meninos te agarrarem, não podemos fazer nada... você fica provocando..." 
"Cala a boca! Aqui quem manda sou eu." 
"Esse aí coitado, não vai dar em nada, é igual ao pai!" 
Todas essas frases e tantas outras retiradas do cotidiano escolar comprovam a citação de LOURO e atestam a incapacidade da escola em lidar com a diversidade, o multiculturalismo e qualquer outro conceito diferente do hegemônico. O currículo que não está expresso nos documentos da escola, mas está presente na vida diária de quem frequenta este espaço para "desenvolver, criar, aprender, resgatar..." tem mais elementos ocultos do que escritos, ou será que não estão tão ocultos assim? A Escola que deveria acolher as diferenças e fazer o exercício da sua convivência, é muitas vezes, o espaço onde mais se reprime, segrega e exclui. A Educação Integral precisa desenvolver o exercício do respeito e da valorização das culturas, já que teremos nossas crianças e adolescentes por um tempo ampliado na escola temos a grande chance de ampliar também as oportunidades de trabalho partindo de um currículo que contemple as necessidades apresentadas por nossos alunos para resolução de seus problemas e que retrate quem é este público atendido, suas demandas, seus questionamentos e as inúmeras facetas que apresentam. O educador, por sua vez, precisa se despir de todos os seus orgulhos e preconceitos para poder trabalhar de forma transparente e democrática a construção do conhecimento.

Escola Pública Integrada em Santa Catarina

A Escola Pública Integrada em Santa Catarina foi uma construção iniciada em meados de 2003 pelo Governo do Estado com o objetivo de ampliar as oportunidades de aprendizagem nas escola (inicialmente 12 escolas eram contempladas). Essas Unidades Educativas tinham como característica comum a gestão democrática, o currículo em tempo integral e a parceria com outras organizações para oferecer oportunidades ampliadas aos estudantes e em outros ambientes. O foco principal sempre foi atender as múltiplas formas de aprender proporcionando a melhoria da aprendizagem. Dentro desse conceito, oferecer oficinas às crianças e adolescentes é fundamental, pois as mesmas integram conhecimentos e conceitos. Há uma certa congruência entre a Escola Pública Integrada de Santa Catarina e a ação indutora à Educação Integral projetada pelo MEC. As características de tempo e uso dos espaços assim como o foco na aprendizagem são os mesmos. Esperamos que a aprovação do PNE na sua integralidade fortaleça os projetos de Educação Integral que tem se mostrado exitosos para que possamos oferecer futuramente uma EDUCAÇÃO INTEGRAL DE VERDADE, pois nossas crianças e adolescentes precisam ser respeitados no seu direito à educação pública, integral e de qualidade.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Agentes curriculares

Os agentes curriculares são indispensáveis para a consolidação de um currículo integrado e integrador. São estes que vão tecendo a rede de saberes que identifica a Educação Integral. Para além da discussão do tempo e do espaço, o currículo tem intencionalidade política e determina o sentido do fazer pedagógico. Os agentes curriculares exercem seu papel político e motivam ações que ao mesmo tempo influenciam e são influenciadas pelo currículo e, desta forma, podem ou não contribuir para a consolidação do currículo da Educação Integral, uma vez que para contribuir precisam democratizar sua construção com a participação de diferentes segmentos, tendo por fim a educação de qualidade para todos.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Política curricular da Educação Integral

A política curricular da Educação Integral vem pautada na democratização do conhecimento de forma que os conceitos façam sentido em meio à vivência dos alunos. Já ultrapassamos a barreira da democratização do acesso à escola, estamos hoje construindo a democratização da Gestão Escolar e do Currículo. A concepção do currículo com formulação democrática favorece a formação humana e a permanência significativa da criança na escola.Significa educar para inclusão no sentido amplo da palavra dando possibilidade à TODOS os alunos de terem vivências múltiplas. Na educação ambiental, por exemplo, os alunos tem a possibilidade de observar e interagir em seu ambiente de forma orientada a fim de que percebam ações do seu cotidiano que devem ser melhoradas.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Blog da Educação ambiental

Os alunos do Programa Mais Educação EBIAS fazem postagens semanais das atividades desenvolvidas na oficina de Educação Ambiental. Este registro é feito em sistema de rodízio pelos alunos que expressam toda a organização da aula, os materiais utilizadas, o desenvolvimento das tarefas e até mesmo comportamentos de destaque. Os profissionais que orientam este trabalho são os professores Mônica, Ícaro e Diane. Parabéns a todos os envolvidos neste trabalho que valoriza a atuação dos alunos e dá visibilidade ao trabalho pedagógico desenvolvido pelos professores. 
Acesse www.omundodanossahorta.blogspot.com e confira!

quarta-feira, 28 de março de 2012